sexta-feira, 15 de novembro de 2013

15 DE NOVEMBRO - DIA NACIONAL DA UMBANDA

Casa das Neves, em São Gonçalo-RJ
CASA DE ZÉLIO FERNANDINO DE MORAES  
A data de 15 de Novembro foi proposta pelas entidades federativas do Rio de Janeiro, na I Convenção Anual deste Conselho,  da qual participaram 25 federações,  representando a maioria absoluta dos Estados;  e que não opuseram qualquer objeção à escolha.
Entre as datas sugeridas – 13 de Maio, consagrada aos Pretos Velhos –  e 22 de Novembro – dia de Araribóia –  venceu por unanimidade 15 de Novembro.  Nessa data,  em 1908,  manifestou-se pela primeira vez,  numa sessão da Federação Espírita,  em Niterói,  uma entidade que declarou trazer a missão de estabelecer um culto,  no qual os espíritos de índios e de escravos poderiam desenvolver seu trabalho espiritual,  organizado no plano astral do Brasil.  Na época,  esses espíritos aproximavam-se das reuniões espíritas,  mas as suas mensagens eram recusadas,  por serem eles considerados atrasados,  tendo em vista a condição de humildade com que se identificavam.
A entidade,  que se apresentou aos videntes como um mentor espiritual,  deu o nome de CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS.
No dia seguinte,  verdadeira multidão compareceu à residência do médium – um jovem de 17 anos,  Zélio Fernandino de Moraes,  de tradicional família fluminense.  A entidade manifestou-se e determinou as normas do novo culto,  que teria o nome de UMBANDA, declarando fundado o primeiro templo de Umbanda,  cuja prática seria exclusivamente a caridade espiritual,  através de passes, desobsessões e curas de enfermos.
O templo,  que tomou o nome de Tenda Nossa Senhora da Piedade, funciona ainda hoje,  no centro do Rio de Janeiro (Rua D. Gerardo, 51) com uma filial ( Cabana de pai Antônio ) num sítio em Boca do Mato,  Cachoeiras de Macacu,  completando,  em Novembro próximo, 69 anos de atividade.
Prosseguindo a sua missão,  o Caboclo das 7 Encruzilhadas fundou mais 7 templos,  cujos dirigentes foram escolhidos entre os grupos de médiuns preparados nas sessões doutrinárias que a entidade estabelecera,  às quintas-feiras à noite,  para esclarecimentos sobre a doutrina espírita,  o Evangelho e as normas ritualísticas da Umbanda.  Estas normas determinavam:  médiuns uniformizados de branco, cânticos sem acompanhamento de atabaques nem palmas ritmadas;  preceitos baseados apenas em água,  amaci de ervas,  flores e pemba, atendimento totalmente gratuito,  não sendo admitido estabelecer nem aceitar retribuição financeira de espécie alguma.  Os templos, organizados administrativamente,  mantinham-se pelas contribuições dos associados.
Milhares de templos,  em quase todos os Estados,  descendem desse grupo inicial,  conservando, em sua maioria,  a pureza da doutrina e da ritualística.  Formou-se assim a religião de Umbanda – denominada,  de início,  Lei de Umbanda,  ou Linha Branca de Umbanda – cujos mentores são os Caboclos e os Pretos-Velhos.
Justifica-se,  portanto,  a escolha da data de 15 de Novembro,  por não se prender apenas a uma das falanges principais da Umbanda e sim a ambas:  Caboclos e Pretos Velhos.
A referência feita à Proclamação da República deve-se ao fato de ter sido ela determinante da igualdade religiosa estabelecida pela primeira vez na Constituição da República,  em 1889,  o Estado deixou de ter uma religião oficial,  permitindo assim que todos os credos, inclusive a nossa doutrina,  se difundissem livremente.
(Jornal “Gira de Umbanda” 1976)

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

OS ORIXÁS NA UMBANDA




Para que possamos entender o Orixá em sua absoluta essência, é necessária uma enorme capacidade de abstração. O que diversos autores tem tentado valentemente explicar é algo absolutamente intangível ao nosso nível de consciência.

Orixá não é divindade, pois na Umbanda cremos num único Deus. A Umbanda não é politeísta, portanto o que passaremos a descrever não é uma teogonia. Orixá é potência de luz emanada de Deus, O Criador.

Ordinariamente entendemos a manifestação do Orixá, através das forças da natureza, é o máximo que conseguimos, pois em sua essência verdadeira é pura luz. E como entender isso? É como querer entender e explicar Deus, tarefa impossível a qualquer um de nós.

Entretanto, tendo em mente isso, podemos tentar entender juntos o caminho inverso, ou seja, da terra para o Alto, até porque para entendermos o que ocorre acima disso, precisaríamos entrar em esferas elevadíssimas que fogem ao nosso entendimento, pois ninguém tem alcance para isso. Tudo que falam são conjecturas, bravas e algumas até louváveis tentativas, mas nada absoluto. A verdade de cada um deve ser respeitada, assim como a compreensão. Avançar a esferas superior nos será naturalmente permitido quando tivermos evolução para tal.

Na realidade o que a Umbanda fez foi “organizar” as manifestações divinas, em uma linguagem que pudéssemos compreender. Todas as “complicações” provenientes do aprendizado na Umbanda são por nossa exclusiva culpa e ignorância, basta que conversemos com qualquer Preto Velho, para termos a certeza disto.

Pensemos a princípios nos Sete Orixás Básicos que se manifestam em nível de terreiro, ou seja, de incorporação: Oxoce, Ogum, Xangô, Omulu, Oxum, Iemanjá e Iansã.[1]

A manifestação, em nível de terreiro, de cada um se dá através de espíritos enviados de cada uma destas forças. Importante ressaltar que na Umbanda não incorporamos o Orixá, mas sim os seus enviados ou representantes, que são espíritos que já encarnaram e que tem cada um o seu próprio karma, história, característica missionária, evolutiva, de personalidade etc.

Temos a tendência de acreditar ou pensar que cada Orixá é o reino ao qual está associado, entretanto Orixá é muito mais do que isso, e é exatamente esse “muito mais do que isso” que não conseguimos explicar em palavras, mas grosseiramente falando é o amor de Deus espalhado e ao mesmo tempo condensado em 7 raios básicos, destinados ao planeta Terra, que objetivam, ao chegarem aqui, traduzidos pelos diversos sub-planos que passaram, nos auxiliar no nosso karma, e que se manifestam através das forças e reinos da natureza. O Orixá está na natureza, mas não é apenas a natureza. Enfim... É mais uma benção de Deus.

Quando pensamos na composição de uma árvore, por exemplo, e nos infiltramos nela, entramos no seu universo e podemos observar neste universo “árvore” que todos os 7 Orixás estão se manifestando, conjugadamente ou em paralelo, mas sempre harmoniosamente.

Cada Orixá tem função específica e até as que são antagônicas se harmonizam frente as nossas necessidades, por Graça do Criador.

Para uma melhor compreensão nesta que está parecendo uma viagem ao mundo dos Orixás, vamos primeiro falar sobre as funções e especialidades de cada um ao nível de terra.

O Orixá Oxoce corresponde a nossa necessidade de saúde, nutrição, expansão, energia vital, equilíbrio fisiológico.

O Orixá Ogum corresponde a nossa necessidade de energia, defesa, prontidão para ação, determinação, tenacidade.

O Orixá Xangô corresponde a nossa necessidade de discernimento, justiça, estudo, raciocínio concreto e metódico.

O Orixá Omulu corresponde a nossa necessidade de compreensão de karma, de regeneração, de evolução, transformações e transmutações kármicas.

A Orixá Oxum corresponde a nossa necessidade de equilíbrio emocional, concórdia, amor, complacência e reprodutiva.

A Orixá Iemanjá corresponde a nossa necessidade familiar, estrutural de amor fraternal e filial e bens materiais.

A Orixá Iansã corresponde a nossa necessidade de mudança, deslocamentos, transformações materiais, avanços tecnológicos e intelectivos.

Tudo isso estando equilibrado nos torna pessoas melhores e facilita a nossa passagem na Terra, por isso falei em benção de Deus, e também e manifestações básicas e harmônicas dos Orixás apesar de algumas manifestações serem antagônicas, mas no fundo complementares.

Os 7 Orixás básicos ao se combinarem formam outros Orixás os quais chamamos de desdobramentos do Orixá ou Orixás que foram combinados, mas mesmo assim ainda não são estes que se manifestam em nível de terreiro, mas sim os seus enviados (que falaremos mais tarde)

O único Orixá na Umbanda que não tem desdobramentos é a Orixá Iansã, pois as suas combinações são tão rápidas que não criam reinos, mas apenas manifestações rápidas desta conjugação, não chegando a formar ou fixar-se durante muito tempo a ponto de formar um novo Orixá. Além do mais, outro motivo para isto e o próprio elemento por Ela representado: o Ar. O Ar não se desdobra, não se fixa, mas mistura-se aos demais, entretanto sem mudar a sua essência. O Ar em movimento é o vento que causa mudanças rápidas e essas mudanças são a própria Orixá.

Quando os Orixás se combinam, se unem e se conjugam temos os diferentes desdobramentos que são manifestados através do encontro de um reino com outro, ou manifestações de força da natureza, que em terreiro também recebem nomes diferentes.

Algumas das diferentes combinações de Orixás

Grosso modo poderíamos falar em Orixás dinâmicos e estáticos, mas seria importante ressaltar que nada é estático na natureza, tudo está em constante mudança e transformação, mas que estabeleçamos agora que esse estático quer dizer mais lento e não totalmente parado. Cada Orixá tem, portanto, seu próprio ritmo. Talvez seja mais interessante falarmos em Orixás mais rápidos e de energias de ação, e Orixás mais lentos ou de energia equilibrante e refreadora.

Se pensarmos numa mata, por exemplo, o que os nossos olhos vêem é que ela está “parada” no lugar, mas para que seja exuberante e grande ela está em constante expansão, mudança, num ritmo lento e gradual, sofrendo a ação da fertilidade da terra, da constância dos ventos em espalhar as sementes, na ação do sol para a fotossíntese, enfim, de parada ela não tem nada. Mas seu “movimento” é provocado pela interação de outras forças.

Assim é a energia de Oxoce. Um trabalho constante de surgimento, expansão, crescimento e renovação. A vida se renovando através do trabalho em grupo conjugando infinitas forças.

Encontramos a energia do Orixá Ogum manifestando-se nas matas de Oxoce através do calor do sol, que dará força a energia vital de Oxoce no nascimento dos vegetais, na luta pela sobrevivência dos vegetais que se transformarão em grandes árvores formando a mata. A esta manifestação damos o nome de Ogum Rompe Mato, além dela se apresentar também em nível de terreiro como Caboclo Rompe Mato ou outro nome que estaria associado ao Orixá Ogum, ou seja, manifestações de luta e bravura, determinação e tenacidade, como por exemplo Caboclo Arranca Toco, etc.

Encontramos a energia do Orixá Omulu manifestando-se nas matas de Oxoce através da própria terra de onde irão brotar os vegetais, é a própria base da mata. Em nível de terreiro encontramos essa combinação representada através dos Caboclos Flecheiros e Bugres. Que são Caboclos mais voltados para trabalhos de descarga.

Encontramos a energia do Orixá Xangô manifestando-se nas matas de Oxoce através das pedreiras e que dão contornos e estabelecem limites na expansão da mata. Em nível de terreiro encontramos essa combinação representada através de Caboclos que se apresentam normalmente carregando em seu nome a palavra “Pedra” ou com características mais voltadas a equilíbrio, estudos, etc. Muitas vezes se apresentando tanto na hora em que invocamos Oxoce ou Xangô (dependendo da orientação da Casa).

Encontramos a energia da Orixá Oxum manifestando-se nas matas de Oxoce através da água fertilizadora da terra, auxiliando na expansão e ao mesmo tempo estabelecendo limites e contornos (rios e cascatas). Em nível de terreiro encontramos essa combinação representada através de Caboclos e Caboclas com apresentação mais “dócil”, “suave” e mais voltados para cura, manipulação de ervas, etc. Normalmente carregam em seu nome algo do tipo Caboclo “xxx” da Cachoeira, ou Caboclo “xxx” do Rio, etc. Muitas vezes se apresentando tanto na hora em que invocamos Oxoce ou Oxum (dependendo da orientação da Casa).

Encontramos a energia da Orixá Iemanjá manifestando-se nas matas de Oxoce próximas ao litoral, através da função provedora de bens materiais desta Iabá. Em nível de terreiro encontramos essa combinação representada pelos Caboclos e Caboclas do Mar da Praia, etc. Muitas vezes se apresentando tanto na hora em que invocamos Oxoce ou Iemanjá (dependendo da orientação da Casa). Também tem função de descarrego e imantação.

Encontramos a energia da Orixá Iansã manifestando-se nas matas de Oxoce através da ação dos ventos e da chuva e da função transformadora desta Iabá. São caboclos e caboclas que também tem como especialidade descarga rápida e transformadora.

Além, é claro, da conjugação de Oxoce com Ele mesmo, que encontramos os diversos Caboclos, como Tupinambá, Cobra Coral, etc.

Buscamos através desses exemplos mostrar a facilidade com que os Orixás se combinam, se conjugam e se harmonizam, sem perderem suas essências mas agregando outras, são todos Caboclos e Caboclas de Oxoce mas que adquiriram outras características vibratórias ao se combinarem e conjugarem com outros Orixás.

Em função de sua característica básica de expansão, o Orixá Oxoce foi associado ao planeta Júpiter, que rege a quinta-feira, e por extensão é o dia em que cultuamos Oxoce na Umbanda.[2]

Existem dois Orixás na Umbanda que não possuem reinos específicos, mas atuam em todos, que são Ogum e Iansã, através de suas energias e funções.

O Orixá Ogum representa ou se manifesta através da luta pela sobrevivência e por isso está associado a defesa de todos os reinos, além de estar diretamente associado ao início de tudo, ao novo, a conquista.

Ao encontrarmos a energia do Orixá Ogum, cujo elemento é o fogo, manifestando-se no reino do Orixá Omulu, que é a terra, o chão, o solo, através do calor o sol e traduzimos isso para a calunga pequena ou cemitério, que em termos ritualísticos de Umbanda é o reino de Omulu, temos a formação do desdobramento de Ogum que chamamos de Ogum Megê. Ou seja, é o Orixá Ogum atuando na defesa do reino do Orixá Omulu em combinação vibratória com o mesmo, formando este desdobramento de Ogum. É o Ogum magista, ou seja, conquista/defesa através da magia.

Quando o Orixá Ogum manifesta-se na defesa do reino de Xangô, encontramos o desdobramento chamado de Ogum de Lei, ou seja, combinação vibratória do Orixá Ogum com o Orixá Xangô. Em nível de necessidade nossa de terra (ou terreiro) é quando Ogum atua na execução de justiça. É o Ogum da ponderação, ou seja, conquista/defesa através da ponderação, da estratégia.

Ao cruzamento vibratório do Orixá Ogum com o Orixá Oxoce, conforme já falamos, damos o nome de Ogum Rompe Mato. É o Ogum do imediatismo, ou seja, conquista/defesa através da expansão.

Ao cruzamento vibratório do Orixá Ogum com a Orixá Oxum, ou seja, Ogum atuando na defesa dos rios e cascatas, damos o nome de Ogum Iara. É o Ogum da diplomacia, ou seja, conquista/defesa através da concórdia, diplomacia.

E finalmente o Orixá Ogum atuando na defesa do reino de Iemanjá, juntamente com a Orixá Iansã (ação sazonal dos ventos e tempestades causando a turbulência das ondas) damos o nome a esta manifestação de Ogum Beira-Mar. É o Ogum do inesperado, ou seja, conquista/defesa através de ações inesperadas.

Uma observação importante a se fazer é que cada vez que um Orixá se desdobra por combinar-se com outro, ele absorve algumas de características do Orixá com o qual se combinou, gerando e atendendo assim outras necessidades nossas.

Especificando:

Ogum Megê – este desdobramento de Ogum, gerado pela união dos elementos terra (Omulu) e fogo, está presente nos assuntos atinentes a desmanche de magia.

Ogum de Lei – este desdobramento de Ogum está presente nos assuntos atinentes a execução de justiça.

Ogum Iara – este desdobramento de Ogum está presente nos assuntos atinentes a conquistas diplomáticas.

Ogum Rompe Mato – este desdobramento de Ogum está presente nos assuntos pertinentes a coisas de solução rápida, revigorantes e de conquista de espaço de maneira geral.

Ogum Beira Mar – este desdobramento de Ogum está presente nos assuntos atinentes a conquista material e de fortuna.

Estas são as manifestações mais comuns que se apresentam nos terreiros e são considerados chefes de linha, outras encontradas em nível de terreiro são consideradas desdobramentos destes desdobramentos.

Em função de sua característica básica de luta e guerra, o Orixá Ogum foi associado ao planeta Marte, que rege a terça-feira, e por extensão é o dia em que cultuamos Ogum na Umbanda.[3]

Ao pensarmos no Senhor da terra, o Orixá Omulu, o vemos como a base para o cumprimento de nossa missão na terra. Ele é a base de tudo. É na terra que transmutamos o nosso karma, por isso que sendo a nossa base, sempre nos lembra de nosso karma, e nos dá a compreensão do mesmo.

Ele não se combina com os outros Orixás, os outros Orixás é que se combinam com ele, gerando desdobramentos neles.

Os desdobramentos do Orixá Omulu se dão dentro dele mesmo, observando-se a natureza, vemos isso nos diferentes tipos de solo, que gerarão diferentes combinações de Orixás em função disto. Um dos desdobramentos mais conhecidos de Omulu é o Orixá Obaluaê.

Se nenhum outro Orixá existisse, o Orixá Omulu (terra) existiria e o tipo de vida que encontraríamos qual seria? Com isso quero dizer que nenhum Orixá é auto-suficiente e nem se basta, mas as suas combinações e dinamismo é que nos permitem conhecer a vida como a conhecemos.

É como um grande plano de Deus, que em sua generosidade infinita nos deu a base e as condições para que evoluíssemos e crescêssemos.

De nada adianta a base se não temos as condições e o inverso também é verdadeiro.

Por isso é tão importante que não “desprezemos” nenhum Orixá em nosso culto às forças da natureza.

Existe grande confusão com relação a magnitude deste Orixá onde alguns chegam a confundi-lo com Exu. Isto se deve a capacidade de manipulação magística e transformadora de Omulu, da qual Exu é apenas executor. Além do mais Omulu é Orixá e Exu não é.

Sendo a própria terra, onde caminhamos e nos sustentamos, e sendo a terra geradora permanente de vida, encontramos nela a primeira grande magia de Omulu, que é a famosa força da gravidade, que atrai tudo para si, assim como também, as diversas forças dos demais Orixás formando novas conjugações como as já citadas e que citarei ainda.

Por atrair tudo para si, e sugar as energias negativas transformando-as em positivas, transmutando e transformando tudo que nela toca e entra, este Orixá se desdobra dentro de si mesmo. É por isso que Ele não “vai” a outros Orixás, mas os outros é que vem a Ele.

Por tudo isso é que afirmo que confundir o Orixá Omulu com Exu é no mínimo incoerente, entretanto compreensível, pois para entender Sua Magnitude é preciso exercício mental, e isto poucos estão dispostos a fazer.

Sendo o Orixá que permanece no limite entre vida e morte, também foi associado a saúde e doença. Dentro de uma coerência e lógica, você acha realmente que Deus teria enviado um raio a terra cuja função fosse nos trazer doenças? A sua associação a saúde está justamente em função de ser da terra que brotam as ervas curadoras, mas estas são de Oxoce. Bênçãos de Omulu, sem dúvida, mas pertencem a Oxoce, este sim o Orixá da Cura, da Saúde.

Por outro lado a função de Omulu junto a área da saúde também se justifica pelo fato de ser ele o absorvedor e transformador de todas as energias negativas geradas e atraídas por qualquer doença em energia curadora, utilizada e manipulada por Oxoce.

Em função de sua característica básica de consciência kármica, tempo e lentidão, o Orixá Omulu foi associado ao planeta Saturno, que rege o sábado, e por extensão é o dia em que cultuamos Omulu na Umbanda.[4]

Ao continuarmos a análise das diversas combinações dos Orixás encontramos o Orixá Xangô atuando principalmente no equilíbrio das diversas forças. Xangô é o Orixá que está associado ao estudo, discernimento, e conseqüentemente a justiça. Observando a natureza vemos a pedreira entre a terra e o mar, impondo limites, pois a água salgada não germina a terra, mantendo portanto o equilíbrio ecológico. Encontramos também sua manifestação natural através do trovão.

Existem inúmeros desdobramentos de Xangô, mas não estão relacionados as combinações de outras forças mas ao equilíbrio das mesmas (poderíamos ousar afirmar que está seria a principal função deste Orixá em nível de natureza), assim temos:

· Xangô D’Jacutá – regência geral da linha de Xangô (grosso modo seria a própria pedreira, harmonia com Oxoce).

· Xangô Alafim-Eché – este desdobramento consiste na atuação junto a necessidade de fazer cessar as tempestades (atuando como energia refreadora, equilibradora) e auxiliar oradores intelectuais (inspirando método e orientação). Atuando com Iansã.

· Xangô Alufam – este desdobramento atua principalmente na função de encaminhar das almas desencarnadas, atuando juntamente com Omulu, na justiça e organização desta atividade.

· Xangô Agodô – este desdobramento atua principalmente presidindo as cerimônias de fé e de batismo. Grande auxiliar das intuições puras. Atuando com Oxum.

· Xangô Aganju – Protetor dos lares, da harmonia conjugal. Atuando com Iemanjá.

· Xangô Abomi – este desdobramento atua principalmente no equilíbrio de raciocínio e método e defesa nas horas de grande aflição. Atuando com em harmonia com Ogum.

Importante ressaltar que as definições ou descrições os diferentes desdobramentos de Xangô, assim como com os dos demais desdobramentos de cada Orixá, são apresentadas muito mais com objetivos didáticos do que litúrgicos, pois a essência de cada Orixá permanece sempre a mesma em todos os seus desdobramentos e momentos de atuação.

Em função de sua característica básica de estar ligado a parte intelectiva, o Orixá Xangô foi associado ao planeta Mercúrio, que rege a quarta-feira, por extensão é o dia em que cultuamos Xangô na Umbanda.

Ao analisarmos a Orixá Oxum, e nos reportarmos ao seu elemento (água) e a seu reino (cachoeiras e rios), encontramos os seguintes desdobramentos:

· Oxum Iara - ou simplesmente Oxum – essência da Oxum. Sentimento, amor, concórdia, harmonia, união.

· Oxum Marê – manifesta-se quando do encontro das águas de Oxum com as águas de Iemanjá. São as águas turbulentas. Em termos de significado e tradução para as nossas vidas, é o encontro do passado com o presente, de uma essência com a outra. Revisão de sentimentos (Oxum), turbulência de sentimentos (choque das duas águas), relacionados a nossa formação familiar (Iemanjá).

· Oxum Diapandá – manifesta-se na superfície das águas salgadas (onde a água é menos salgada). Absoluta harmonia com Iemanjá. Na sua compreensão de atuação junto a nós, é quando após a revolução de sentimentos (Oxum Marê), nos acomodamos na placidez das águas superficiais, sem grande envolvimento de sentimentos profundos, mas mais voltados aos sentimentos e aspirações materiais.

Considerada popularmente como sendo somente a Orixá do amor, entendemos como sendo a Orixá do misticismo, do sentimento, da concórdia e harmonia.

Em função de sua característica básica de estar ligada diretamente a sentimento, emoções e amor, a Orixá Oxum foi associada a Lua, que rege a segunda-feira, por extensão é o dia em que cultuamos Oxum na Umbanda.[5]

Muitos cultuam o Orixá Omulu na segunda-feira em função das Almas, mas lembramos que as águas da Oxum correm onde? Na terra. Que é de quem? Omulu. Com relação a isto, muitos já devem ter observado uma certa sensação melancólica, não chega a ser tristeza, mas uma “emoção”, muitas vezes indescritível, conjugada com a vibração de incorporação de Oxum. Algumas enviadas choram. Isto tudo se deve ao fato das águas correrem pela terra de Omulu, “carregando” com elas as Almas, das quais Omulu é o Mestre e Senhor, mas que em contato com Oxum, traduzem em nível de terreiro e incorporação, nesta “melancolia” que às vezes sentimos.

Por isso as Almas vibram em segunda vibração na segunda-feira dia de regência da Oxum.

Analisando a Orixá Iemanjá e nos reportando ao seu reino o mar, associamos sempre que quem mora perto do mar, nunca morre de fome, não é verdade? Por isso ela é a grande provedora dos bens materiais, a grande mãe, que nos dá o conforto, o alimento, além de ser representada pelo maior de todos os reinos, o mar. Soberania.

Em função de sua característica básica de estar ligada diretamente a família e ao amor familiar e fraterno, a Orixá Iemanjá foi associada a Vênus, que rege a sexta-feira, por extensão é o dia em que cultuamos Iemanjá na Umbanda.[6]

Por fim, analisando a Orixá Iansã, que como já dissemos não tem reino específico, reportemo-nos a seu elemento primeiro o ar. Presente em todos os reinos, conjugando-se a todos os Orixás, mas não estabelecendo nenhum desdobramento específico pois sempre que atua é em nível de mudança, transformação, como energia propulsora e renovadora. Em nível de terra esta Orixá está diretamente relacionada ao intelecto, tal como Xangô, mas de forma distinta, pois o Xangô é de energia refreadora, em termos práticos, coloca o método no pensamento ágil gerado pela Orixá Iansã. Conseqüentemente, esta Iabá está diretamente ligada aos avanços tecnológicos, e não apenas as mudanças climáticas.

Em função de sua característica básica de estar ligada diretamente ao intelecto, a Orixá Iansã foi associada ao planeta Mercúrio, que rege a quarta-feira, por extensão é o dia em que cultuamos Iansã na Umbanda.[7]

Assim podemos dizer que os Orixás, depois de atravessarem os diversos planos e sub-planos e chegarem até nós, nos apresentam infinitas formas de auxilio, através de suas combinações e desdobramentos. Poderíamos com isso, trazendo para linguagem de terra tentar resumir os “assuntos” a que cada um essencialmente atuaria e auxiliaria. Assim temos:

· Oxoce – saúde, energia vital, fisiologia, farmacologia, sociedade, trabalho em grupo.

· Ogum – defesa, energia propulsora, conquista.

· Xangô – equilíbrio, discernimento, justiça, estudo.

· Omulu – consciência de karma, transmutação kármica, magia,

· Oxum – equilíbrio emocional, amor, concórdia

· Iemanjá – união familiar, formação familiar, bens materiais

· Iansã – inteligência, avanços tecnológicos, mudanças, transformações materiais

Considerações sobre a Orixá Nanã

Consideramos Nanã a Soberana das Águas, as águas originais, o início da vida, a água de mina. Conseqüentemente estando "acima" das demais Orixás ligadas ao elemento água, não é Orixá Básico, conseqüentemente não é Regente de Ori. As manifestações encontradas em nível de terreiro, são manifestações de uma das três Iabás (Iemanjá, Oxum ou Iansã) em vibração mais “velha”.

Nanã é o momento inicial em que a água brota da terra ou da pedra, a partir do momento que a água corre, já é Oxum. Portanto não compreendemos como “lama” (mistura de água com terra) mas sim como Soberana de Todas as Águas.
italojreronita.blogspot.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012






VAMOS SAIR DA IGNORÂNCIA EM NOME DOS ORIXÁS


De tempos em tempos, aparece algum caso de crime relacionado com Magia Negativa, associado
ao mal, chamado vulgarmente de Magia Negra.

De tempos em tempos, vemos associarem alguns destes crimes à Umbanda, ao Candomblé ou aos
Cultos Afros em geral.
São crimes bárbaros, macabros mesmo, com mortes de crianças e estupros, motivados pelo que há
de pior e mais baixo no ser humano.

Enquanto nós ficamos aqui dizendo que isto não tem nada a ver com Umbanda, Candomblé e Cultos
Afros; os criminosos, presos, se identificam com estas nossas amadas religiões e ainda dizem fazer
pactos com satã, demônio, quando não colocam os nomes sagrados de nossos guias e orixás no
meio de seus crimes hediondos e passionais.

SABEMOS que nossa religião é linda, que não faz pactos, que não existe demônios em nossos cultos.

Há anos, venho batendo na mesma tecla: Umbanda é Religião e só pode fazer única e exclusivamente
o bem!

Enquanto isso, pessoas que nem tem idéia do que seja religião continuam abusando de nossos
fundamentos e valores de forma negativa e invertida.

O conceito sobre religião está totalmente banalizado e distorcido, qualquer um cria uma nova religião
e faz o que quer com ela, esta é a verdade.

Sempre lembro a primeira definição de Umbanda dada por seu fundador, o primeiro umbandista, Zélio
de Moraes e sua entidade Caboclo das Sete Encruzilhadas: Umbanda é a manifestação do espírito
para a prática da caridade!

Enquanto isso, no próprio seio da Umbanda, convivemos com praticantes que não tem a menor idéia
de quem foi, ou o fez, o primeiro umbandista.

Pessoas que "dirigem" terreiros, que se denominam sacerdotes (pai de santo, mãe de santo, padrinho,
madrinha…) e proíbem seus médiuns de estudar.

O medo e a ignorância são portas abertas para as trevas interiores e exteriores.

É aqui que o EGO, a vaidade e os vícios mais baixos do ser humano se instalam.

E todos os dias vemos anúncios de pessoas oferecendo "serviços" de magias negativas em nome de
nossos sagrados valores,
de nossa religião, de nossos guias e orixás. Deitam e rolam com os nomes de exu e pombagira, usam
e abusam.

As pessoas continuam procurando um atalho, um caminho mais fácil, para externar seu negativismo
acumulado, não querem dor, não querem crescer, não querem assumir seus atos, não querem ser
conscientes, querem apenas satisfazer os sentidos viciados
no mundo das ilusões, das paixões que arrastam para atitudes emocionais animalizadas e instintivas.

Ainda se vê na figura do médium um poder de manipular vidas!
Um poder de manipular o destino, um poder que pode ser comprado, negociado.

NÃO EXISTE OUTRA SAIDA PARA A RELIGIÃO, É PRECISO MUDAR O SENSO COMUM, É PRECISO
ALCANÇAR O INCONSCIENTE COLETIVO!

E A UNICA FORMA É COM EXEMPLO E NÃO APENAS COM PALAVRAS.

Um consulente pode apenas frequentar um terreiro, sem ter a mínima idéia do que seja a Umbanda.

Um consulente, um simples frequentador, pode se denominar católico, ateu, à toa e o que quiser…

Este consulente pode, sim, ele pode ser totalmente ignorante…

UM MÉDIUM NÃO PODE SER IGNORANTE!!!
UM MÉDIUM E PRATICANTE DE UMBANDA É FORMADOR DE OPINIÃO, SEMPRE!!!
O MÉDIUM É O TEMPLO DA RELIGIÃO!!! NÃO PODE SER O TEMPLO DA IGNORÂNCIA!!!

Umbanda não é e não pode ser para pessoas ignorantes.
E aqui fica bem claro o sentido e significado da palavra ignorante: aquele que ignora algo.

Não se pode praticar Umbanda de forma ignorante, sem saber o que está sendo praticado.

Quando não estamos bem, e todos passamos por momentos e períodos de negatividade, é o
conhecimento, a razão, que nos mantém dentro de limites e parâmetros seguros. O médium
ignorante torna-se uma porta aberta para as trevas.

E vamos continuar vendo casos e mais casos em que a ignorância rouba, assalta, o nome da
umbanda e de nossas entidades.

COMO VAMOS MUDAR ISSO???
Ignorância se vence com conhecimento e estudo…

Alexandre CUMINO

Umbanda Online

sábado, 16 de junho de 2012





SOBRE CORRER GIRA

Algumas vezes na vida nós sentimos que está na hora de seguir em frente. Na maioria das vezes é uma decisão difícil, nos faz remexer em estruturas muitas vezes sólidas, mudar rotinas, sair da nossa zona de conforto. É muito difícil, às vezes traumático e nem sempre bom em curto prazo. Mas a vida chama e temos que ir adiante.
E como agir quando isso acontece no terreiro?

Sim, isso acontece. Algumas vezes ficamos anos em um determinado centro, trabalhamos, adoramos o lugar. Mas aí, de repente e sem aviso, sentimos um incômodo. E esse incômodo vai ganhando forma, aumentando de intensidade até que pensamos: é hora de levantar âncora.

Bom… Acredito que o primeiro pensamento tem que ser: Por que estou assim?

Pode ser besteira de nossa parte. Pode ser uma simples situação que se resolve em um conversa sincera. Um mal entendido, uma falta de atenção… Algo bobo. Mas no geral, o pensamento é: hora de visitar outras casas.

Cada centro tem uma política com relação a isso. E é muito certo que seja assim. Visitar outras casas pode ter seu risco com relação ao médium e seu campo mediúnico. A diferença energética de uma casa para outra pode influenciar de alguma forma o médium e isso pode dar trabalho depois. Não é por mal, é só uma diferença mesmo. Mas pode ser por mal também afinal, existe todo tipo de gente por aí. Por isso sempre recomendo: converse com seu dirigente antes. Avise. Só isso. Ele poderá te dar instruções de como agir melhor e pode ser que nessa conversa sua situação seja resolvida.

Mas digamos que não, você está decidido a visitar outras casas.

É comum que um médium, quando reconhecido como tal, seja convidado a entrar e “dar passagem” para seu Guia. Particularmente eu recomendo que o filho dê uma desculpa educada e recuse a oferta. E por um simples motivo: Seu Guia não tem o que fazer ali. Guia em terra é Guia trabalhando e seria um desperdício de tempo seu e de seu Guia essa incorporação. Muitas vezes, por educação, acabamos deixando que isso aconteça, porém isso realmente não tem muita função a não ser que o médium esteja em real desequilíbrio precisando ser reequilibrado e isso é uma coisa que você, médium, tem que saber reconhecer.

Aliás, outro protocolo muito educado para o médium que visita um terreiro é: identifique-se para o dirigente. Ou para um dos responsáveis pela casa. Procure alguém da casa e diga sua condição, diga que você é médium de outra casa em visita. Isso também ajudará o dirigente a tomar suas providências, seja te dando um tratamento diferenciado, seja somente cantando um ponto de boas vindas. É educado de sua parte, que conhece o rito, que já é frequentador, que já trabalha, se apresentar. Com certeza os médiuns mais atentos da casa saberão que você já é filho de outra casa, nós carregamos este estigma, mas não custa nada, não é?

Não vá visitar outra casa com um milhão de guias no pescoço. A função da Umbanda é ensinar, entre outras coisas, a humildade e usar todas as suas guias só será sinal de presunção. Sei que você pode pensar que muitas guias é igual a muita proteção, mas no final das contas, que tanta proteção você precisa naquele momento, já que você é que está indo atrás de outro centro? Seja humilde, coloque a guia de Oxalá no pescoço e vá sossegado.

Não pré-julgue o centro que você vai visitar em função do tempo de trabalho do dirigente em função do seu próprio tempo, por exemplo. Se você tem 80 “anos de santo” mas está atrás de ajuda, o que importa se quem está disposto a te ajudar tenha só 5 anos? Ele está disposto a te ajudar! Preste atenção nessa frase: Você está atrás de ajuda e encontrou alguém disposto a te ajudar. Aproveite! Não se prenda a essa situação mítica de que esse alguém tem que ser mais velho que você, porque você é que está procurando ajuda! Parece óbvio quando escrevo, mas é meio difícil algumas pessoas entenderem isso. Claro que entendo a tradição, mas mesmo assim isso me parece meio absurdo: É como você, com 80 anos de idade, 60 de carreira, não aceitar ajuda de um médico porque ele tem somente 20 anos de medicina. Muitas vezes esse médico está mais apto a te ajudar do que você mesmo, está mais “antenado nas novas tecnologias” ou nas novas teorias… ou simplesmente está mais disposto a te ajudar mesmo. Isso me soa tão arrogante que fico até meio bravo… rs… É tradição? Sim. Mas na hora do sufoco, o que importa?

Por que estou escrevendo tudo isso afinal de contas?

Porque com certeza você verá coisas diferentes quando iniciar essa busca. Algumas coisas te agradarão, outras não, mas o respeito deve SEMPRE existir. Você encontrará alguns terreiros sábios; que trabalham com muitas mirongas, ervas, receitas, flores, incorporações características e palavreado típico dos Guias; e também encontrará muitos terreiros eruditos, onde encontrará Guias mais independentes, que acendem seus próprios cigarros, ou se servem sozinhos, que te dirão sobre computadores, internet, celulares como coisas de seu dia a dia, onde não haverá tantas mirongas, tantos trabalhos, tantos palavreados característicos. Mas em nenhum momento poderá passar pela sua cabeça que isso é mais correto que aquilo, assim como não exemplifico os dois modelos de terreiro aqui com distinção de importância entre um e outro: se estão na Terra, se existem aqui, é porque têm que existir, cumprem um propósito maior que não conhecemos. Se eles possuem assistência, é porque fazem de alguma forma, o bem para quem visita, mesmo que não consigamos identificar, a priori, que bem é esse. E de nenhum modo esses terreiros serão melhores que o que você já frequenta, só serão diferentes no formato, não na essência.

Não trabalhe em dois lugares. Seja honesto consigo mesmo e, acima de tudo, seja leal. Se você deseja essa situação, comunique aos dois dirigentes e veja o que eles dizem. Fazer isso escondido é perigoso e vergonhoso para você.

Se você vai fazer algum curso de alguma coisa… bom, tenha em mente que cada casa trabalha de um jeito e se você não for maduro e centrado pra entender isso, esse curso só vai servir pra te deixar mais confuso ainda.

Ah! E não saia procurando outro terreiro igual ao que você já frequenta. Você não encontrará e, se o terreiro que você frequenta é bom pra você, porque você está saindo?

Mas sempre tenha em mente que cada casa é uma casa e os problemas estão muito mais em você do que nelas. Seja sincero consigo mesmo, sempre. E quando esse dia chegar, procure se acalmar e pensar, sem egoísmos, sem prepotência, o real motivo para seu incômodo. Só assim você conseguirá tomar uma boa decisão.

Nino Denani

www.artefolk.com.br
http://wwwumbandaonline.blogspot.com.br/

quarta-feira, 6 de junho de 2012

 

 

 

Reflexões sobre a diversidade cultural-religiosa afro-brasileira


Hoje gostaríamos de apresentar algumas reflexões sobre a diversidade cultural-religiosa de nosso país. Vários foram os estudiosos que registraram as matrizes formadoras do povo brasileiro, um deles foi Darcy Ribeiro que sistematizou as contribuições culturais-religiosas dos ameríndios, africanos e indo-europeus.
Atualmente é corrente na academia a terminologia “matriz formadora” e gostaríamos de refletir sobre ela. Matriz é uma palavra que significa origem, fonte e a palavra formadora aquilo que dá corpo, estrutura, que constitui, assim, os indígenas autóctones, os negros que chegaram ao país escravizados e os indo-europeus na condição de colonizadores são povos que, com sua bagagem cultural, social, religiosa, estruturaram o que posteriormente veio a ser chamado povo brasileiro ou apenas o brasileiro.
Felizmente as religiões afro-brasileiras foram igualmente formadas pelas três matrizes fazendo com que elas tenham em seu bojo a diversidade de formas de viver e cultuar a religiosidade. Não vemos esse caldeamento como algo negativo, muito ao contrário, a grande riqueza das religiões afro-brasileiras é sua diversidade, o “colorido religioso”, a ampla gama de contribuições.
Infelizmente, muitos pensam que a diversidade é um elemento que dificulta a criação de uma identidade religiosa, mas nossa visão é justamente oposta. A diversidade é um dos elementos fundantes das religiões afro-brasileiras. O cientista social ou mesmo adeptos de outras confessionalidades, sentem dificuldades em ir a um determinado terreiro e não saber ao certo qual a linha praticada. Isso porque, ainda que cada Escola Afro-brasileira tenha sua cosmovisão e liturgia específica elas comungam de elementos tais como o transe, a dança, cânticos, crença nas entidades sobrenaturais, entre outras.
Outro dado que dificulta a real compreensão do universo religioso é a mídia, a qual sempre que pode, apresenta em seus programas de informação ou entretenimento mensagens subliminares ou de descrédito e gozação.
O trabalho de todos os militantes afro-brasileiros sejam eles sacerdotes e sacerdotisas ou adeptos é no terreiro com seus Orixás, ancestrais, encantados para que essa vivência possa sair das quatro paredes templárias e ser incorporada na vida cotidiana. É um processo interno, de vivência iniciática e também externa de estilo de vida.
Agradecemos por fazer parte da diversidade cultural-religiosa afro-brasileira que, em última instância, é vivenciar a diversidade humana brasileira!
Axé!

Aranauam, Motumbá, Mucuiú, Kolofé, Axé, Salve, Saravá
Rivas Neto (Arhapiagha) – Sacerdote Médico
Ifatosh'ogun "O sacerdote de Ifá que tem o poder de curar”

 http://sacerdotemedico.blogspot.com.br/2012/05/reflexoes-sobre-diversidade-cultural.html

segunda-feira, 16 de abril de 2012

SEGREDO DAS FOLHAS

Assim como as flores, as ervas também são de fundamental importância para a restituição e a reconstituição do equilíbrio nos médiuns de Umbanda pois, a natureza preserva a harmonia divina e os elementos naturais carreiam o Axé ( força ) da natureza.

As importantes correlações referentes aos sete Orixás, inclusive as essências que podem ser adquiridas em casas especializadas na comercialização de materiais para formulação de perfumes. Essas essências podem ser utilizadas na forma de banhos para restabelecimento do equilíbrio psico-aurânico bem como para a conservação do mesmo. No banho de essência utilizamos apenas três gotas para um litro de água pois, o excesso pode ser prejudicial, e no primeiro mês de uso fazemos o banho somente uma vez por quinzena e posteriormente uma vez por semana. Esse banho deve passar por todo o corpo, e para isso deve ser despejado por cima da cabeça ( ori ) passando por todo o corpo, após o banho normal de higienização.

O banho de ervas não deve ser usado a qualquer momento e se presta mais a desimpregnações e fixações mediúnicas e não deve ser despejado sobre a cabeça mas, sim a partir dos ombros. E para quem queira se banhar com as ervas, deve seguir a uma série de observações importantes principalmente na origem e no que tange a colheita das ervas que, deve ser executada em uma lua positiva ( nova ou crescente) pois, nessa época a seiva da planta se localiza nas folhas e na quinzena lunar negativa ( cheia e minguante ), a seiva se encontra próxima a raiz, ficando as ervas portanto, energeticamente defasadas .

Esse banho deve ser feito por infusão, ou seja, fervemos a água, a retiramos do fogo, colocamos as ervas e esperamos até que a mistura esfrie o suficiente para aplicá-la no corpo após o banho normal de higienização. Outra orientação é que se coloque um pedaço de carvão sob cada pé no momento do banho que deve ser despejado no corpo, no sentido do pescoço para baixo, ou seja, não deve ser despejado na cabeça. E basicamente é muito positivo utilizar nesse banho apenas uma erva da vibração de Oxalá ou uma erva da vibração original ( relacionada ao signo ) do médium que usará o banho.

As entidades de Umbanda, também utilizam a energia vegetal na forma de defumação, a fim de amortizar energias de choque oriundas do baixo astral e no intuito de aproveitar o equilíbrio natural dos vegetais para re-harmonizar nosso organismo por meio da absorção, via respiração, da energia emitida por essa aroma-terapia que é decodificada por nosso organismo por meio do rinoencéfalo.

Para melhor projeção das energias provenientes da defumação, a mesma deve ser feita em um turíbulo de barro e deve obedecer a critérios específicos que qualificam e quantificam as ervas ou essências utilizadas para esse fim.

Uma defumação positiva utilizada para desagregar energias negativas pode ser composta de três porções de erva-doce, com uma porção de cravo e uma porção de canela. Para defumar pessoas o importante é que a fumaça seja inalada ou seja, não é necessário 'fulmigar" a pessoa com excessiva fumaça pois, uma emanação sutil que possa ser sentida pela respiração já produz efeitos notáveis.

A nível superior podemos utilizar o incenso puro na forma de pequenas pedras utilizadas no turíbulo ou mesmo de varetas especialmente preparadas que podem ser adquiridas no comércio. A fumaça do incenso assim como a do sândalo e de outros elementos, veicula pedidos superiores e eleva nosso tônus vibratório

Para defumarmos ambientes como casas ou estabelecimentos comerciais, devemos fazer a defumação dos fundos do estabelecimento para a entrada ou seja, direcionaremos os fluídos negativos para fora da casa em questão. E para potencializar esse processo podemos deixar uma cumbuca de água com sal atrás da porta de entrada que deve ser substituída semanalmente, e podemos utilizar certos pontos cantados ou mantras que possuem o poder de direcionar as energias da natureza aumentando a eficácia do trabalho magístico.

Com essa mesma filosofia, as entidades ditas como caboclos e Pais-velhos, fazem uso do fumo nas sessões de caridade dos terreiros de Umbanda.

Portanto, não é correta a exortação de leigos que atribuem que o uso do fumo em forma de charutos e cachimbos pelas entidades de Umbanda seja decorrente de uma pseudo-inferioridade ou um suposto vício que esses seres astralizados trazem de vidas anteriores.

Existe portanto, um véu entre a aparência e a essência da Umbanda que raras pessoas podem conceber e mais raras ainda são as pessoas que se desprendem dos aspectos místicos e míticos e adentram o nível cósmico da Umbanda e da vida.

Como disse Shakespeare:

" Existem muito mais mistérios entre o céu e a terra do que supõem nossa vã filosofia..."


Alguns exemplos de flores:

lírio branco – Oxalá ;
rosa Branca – Yemanjá ;
crisantemo branco – Yori ( Ibeji );
cravo branco - Xangô ;
violeta – Yorimá ( Obaluaye ) ;
palmas vermelhas – Oxossi ;
cravos vermelhos – Ogum ;



POR QUE PEDIMOS SILÊNCIO NO TERREIRO

Atente para o que você fala. Boas palavras são as que edificam, elevam e agradam. Más palavras são as que destroem, rebaixam e machucam. O que sai da boca é força criadora.

Provindos de Deus, os orixás são os grandes criadores, e se expressam pelo som. A palavra é, portanto, um dos meios de manifestação do Divino na Terra, e quando proferida passa a produzir efeitos; não há como fazê-la retornar. Por isso, ao adentrar um terreiro de umbanda, pense antes de falar.

Pense novamente e evite excessos, pois muito antes de sua chegada os falangeiros dos orixás já estão organizando, em nível astral, todo o aparato necessário para providenciar o socorro e a cura dos espíritos doentes e sofredores. Os meios necessários para a defesa desse "hospital de almas" são ativados com a finalidade de conter os ataques trevosos que a casa irá receber antes, durante e depois da sessão. Portanto, não seja o porta-voz das sombras, trazendo desarmonia para o ambiente. Facilite o trabalho, não julgando nada, não emitindo opinião, ou melhor, adotando uma postura de imparcialidade diante do momento existencial e da dor de cada um.

Como você não sabe de seu passado, então deve vigiar os seus pensamentos e as suas palavras. Deve regrar-se pela verdade e pela sensatez; regular o tom de voz, falando mais baixo, e ser delicado com as pessoas.

Médium trabalhador, é seu dever transmitir paz, certeza, carinho e alegria aos que chegam. Tudo o que você fala precisa ser digno de ser ouvido por nós do "lado de cá", singelos obreiros dos orixás.

Lembre-se sempre disso e fale aos outros como se estivesse falando direto a Deus ao pisar num terreiro de umbanda.


Exu Tiriri

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SABEDORIA E AMBIÇÃO

A sede de poder e a disputa ensandecida de domínio perante a comunidade umbandista, ainda entontecida pela difusão de fundamentos jogados diuturnamente nas mais diversas formas de mídia que disfarçam no Sagrado a venalidade de certos sacerdotes, impera nessas lideranças que travam verdadeira guerra para impor o seu modelo teológico.

Assim, persistem numa busca ferrenha de adeptos para ter o rebanho maior, qual pastor que pula o seu cercado para pegar as ovelhas do vizinho.
Não importa se o do lado cobra, raspa, corta e mata. O que vale é aumentar os adeptos, qual "guru" de outrora que impressionava as multidões ao amansar tigres e cobras.

Lembrai-vos de que quanto maior a inteligência e a consciência, maior pode ser a ambição. Aos que muito sabem e ambicionam, muito será cobrado pelos orixás.

Ramatís

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SINAIS DE OBSESSÃO

SINAIS DE ALARME

Há dez sinais vermelhos, no caminho da experiência, indicando queda na obsessão:

• quando entramos na faixa da impaciência;

• quando acreditamos que nossa dor é maior;

• quando passamos a ver ingratidão nos amigos;

• quando imaginamos maldade nas atitudes dos companheiros;

• quando comentamos o lado menos feliz dessa ou daquela pessoa;

• quando reclamamos apreço e reconhecimento;

• quando supomos que o nosso trabalho esta sendo excessivo;

• quando passamos o dia a exigir esforço alheio sem prestar o mais leve serviço;

• quando pretendemos fugir de nós mesmos, através do álcool ou do entorpecente;

• quando julgamos que o dever é apenas dos outros.

Toda vez que um desses sinais venha a surgir no trânsito de nossas idéias, a Lei Divina está presente, recomendando-nos a prudência de amparar-nos no socorro da prece ou da luz do discernimento.

pelo espírito Scheila
do livro Ideal Espírita
psicografia de Chico Xavier e Waldo Vieira.