O SIGNIFICADO DO TERMO OMOLOKO
“Omoloko é Umbanda ou Candomblé? “ A resposta só poderia ser uma única: Omoloko é ambas. Umbanda porque aceita em seus rituais o culto ao Caboclo e ao Preto-Velho. Candomblé porque cultua os Orixás africanos com suas cantigas em Yoruba ou Angola, pois como já disse anteriormente esse ritual foi fortemente influenciado pelas duas culturas. Como pode-se ver, o ritual Omoloko não poderia ser encaixado no grupo dos Candomblés chamados tradicionais, aqueles que cultuam somente orixás africanos, pelo motivo de que no Omoloko são cultuados os Caboclos e Pretos-Velhos. Porém pode ser encaixado nos candomblés não-tradicionais, isto é, aqueles que cultuam orixás africanos e Caboclos e Pretos-Velhos. Também como pode-se notar, a Nação Omoloko poderia ser encaixada no grupo chamado Umbanda, uma vez que cultua-se Caboclos e Pretos-Velhos, entidades genuinamente de Umbanda e há uma forte sincretização católica. Ele encaixa-se também como Umbanda quando refere-se a um grande grupo religioso, a Religião de Umbanda. Então nesse momento o povo de Omoloko se auto intitula Umbandista, cujo culto é voltado aos Caboclos e Pretos-Velhos e que sigam a doutrina de amor ao próximo.
A terceira obrigação é a CATULAÇÃO. Nesta obrigação o Abiã que está sendo iniciado é recolhido ao Roncó durante 24 durante. Catulação significa “Abrimento de Coroa” e a sua finalidade é abrir a passagem da mediunidade do abiã, ou seja, tornar o filho de santo mais receptivo para receber as vibrações dos Orixás. A catulação é acompanhada de um sacudimento (ebó de limpeza) que é realizado antes do filho de santo ser recolhido ao Roncó e é feito um jogo de búzios para verificar o Orixá do filho que será recolhido.
A quarta obrigação é o CRUZAMENTO. A finalidade do Cruzamento é fechar o corpo do abiã contra todas as formas de energias negativas. Ela inicia com um sacudimento (ebó) e um banho de ervas de preferência de ervas do Orixá do abiã, se já se tiver certeza se o mesmo é realmente o dono do ori do abiã que está em obrigação. Nesta obrigação o abiã é recolhido também por 24 horas ao Roncó. Em sua saída do Roncó ele receberá a sua segunda guia, a guia do Orixá dono do ori.
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TEUJ - Filho de santo trajando roupa ritual branca da tribo Arigolê, Nação Omoloko. | TEUJ - Yalorixá trajando roupa ritual de festa saúda o Orixá Inhasã Inhalosin. |
A quinta obrigação é chamado OBORÍ. Esta obrigação serve para reforçar as energias do filho de santo e realizar o assentamento em apotí do primeiro orixá do iyaô e o recebimento de sua 2ª guia. A guia de seu primeiro orixá, ou seja o dono do orí. O Obori divide-se em três tipos: Obori frio, feito com água e comidas dos orixás; Obori de dois pés - feito com aves; Obori de 4 pés - feito com animal quadrúpede. Esses Oborís serão aplicados pelo sacerdote conforme a necessidade e condições gerais do abiã. Nesta obrigação o abiã será recolhido também por 24 horas, mas terá um resguardo e a ser cumprindo em sua casa (dormir na esteira, usar branco, não pegar sereno nem sol desnecessariamente...) por um período de quinze (15) dias. Após essa obrigação, o filho de santo passa a ser chamado de iyaô, aquele que foi entregue ao Orixá, e também dará uma pequena festa em homenagem ao seu Orixá e a sua ascensão dentro do ritual.
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TEUJ - Obrigação de Obori - filhos de santo vestindo roupa branca ritual em homenagem a Oxalá soltam pombos brancos, ave sagrada para os povos da tribo africana Arigolê. |
A sexta obrigação é chamada de SETE LINHAS. Esta obrigação é precedida de um ebó e será concluída com o assentamento do segundo orishá do iyaô e com o recebimento da 3ª guia. A guia do seu segundo orixá, ou seja o orixá de “juntó” e receberá também a Guia de Sete Linhas, que é um colar que representará a sua posição dentro do ritual por sua confecção específica e pela forma que ela é usada. Na Obrigação de Sete Linhas o iyaô ficará recolhido no Roncó durante três (3) dias e terá que cumprir um resguardo de 30 dias domingo na esteira , usando branco, não pegando sol e sereno desnecessário... Nesta fase o yiaô receberá o título Babakekerê ou Yákekerê. e passará a ser chamado pelo Sunan referente ao seu primeiro orishá. Nesse estágio o Babákekerê ou Yákekerê já poderá iniciar filhos de santo, mas sob a supervisão obrigatória do seu Babalorixá ou Yálorixá.
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TEUJ - Obrigação de 7 Linhas - Orixá paramentado: Oxumaré | TEUJ - Orixás paramentados: Inhasã Anhangá e Inhansã Inhalosin (em amarelo), Oxum Aeishá (em azul) e Omulú. | TEUJ - Cabocla Juremá |
A sétima obrigação e última é a CAMARINHA. Nesta última obrigação o Babákekerê / Yákekerê receberá o grau de Babalorixá ou Yálorixá, podendo agora iniciar seus próprios filhos de santo e abrir sua própria casa de santo. Neste estágio o filho de santo, já babalorixá / yálorixá, poderá iniciar seus filhos sem a presença obrigatória do seu Babalorixá / Yálorixá, mas deverá sempre respeito e obediência ao seu iniciador e com a casa de santo de onde se originou. Nesta obrigação o filho de santo será recolhido no roncó do terreiro durante sete (7) dias; receberá seu Colar de Ifá; sua Guia de Babalorixá/yálorixá que tem característica de uso e confecção especial; terá cumprir novamente mais vinte e um (21) dias de resguardo. Nessa fase o filho de santo poderá assentar seu orishá em ferro, se o desejar ou então deixá-lo no apoti, se assim o preferir. Essa obrigação inicia com um ebó e se concluirá com uma grande festa de comemoração.
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TEUJ - Saída de Camarinha - Orixá paramentado: Obaluayê | TEUJ - Saída de Camarinha - Orixá paramentado: Ogum Beira-Mar do Cariri | TEUJ - Saída de Camarinha - Cabocla paramentada: Juremí |
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TEUJ - Yalorixá Giloyá (Antonieta M. dos Passos) em posição de saudação ao Orixá que sái do Roncó. Ao seu lado: Cambone, Babalorixá e o Orixá Omulú. | TEUJ - Filho de santo de Sete Linhas recebe o Preceito da Bandeja, quando de sua Camarinha para receber o grau de Babalorixá. |
Na Nação Omoloko que segue o ritual da tribo Arigolê as obrigações seguem a ordem cronológica acima, não poderá ter sua ordem alterada.
OS ORIXÁS NO CULTO DE OMOLOKO
Quem são os Orixás? Esta é uma pergunta que a maioria das pessoas que freqüentam cultos afro-brasilieiros fazem a si mesmos e a outros. Orixás são entidades espirituais, dizem uns. Orixás são forças da natureza, dizem outros. Orixás são espíritos de mortos que dependendo do lugar onde morreu pode retornar na forma espiritual como Ogum, se morreu em batalhas, Povo d`Água se morreu no mar, rio ou lago, ou ainda “orixás são os Encantados”, dizem outros. Todas as alternativas podem estar certas, contudo elas sofrem o inconveniente de ser muito superficiais, haja vista que o orixá deve ser algo muito mais complexo.Para os seguidores dos rituais de Omoloko e Almas e Angola, os orixás além de simples forças da natureza ou entidade espirituais, dividem-se em duas categorias - Orixá Maior e Orixá Menor.
Orixá Maior é aquela entidade celeste que faz com que a natureza tenha movimento, se transforme e gere vida. Os orixás maiores são os responsáveis diretos, que encarregados Olorum/Zambi faz com que as menores partículas atômicas tenha energia e faz fluir a vida cósmica no universo. É a essência da vida. Por exemplo, Iemanjá é responsável pelo formação e manutenção da vida marinha, Xangô é o responsável pelo energia do trovão que desencadeia as tempestades que limpam a atmosfera, Nanã faz com que a chuva que cai na terra gere nova vida orgânica, Inhansã é a responsável pela limpeza do ar atmosférico e com seus ventos espalha a vida como pólens, Exú é o Orixá responsável pelo desejo sexual que gera vida nas espécies sexuadas. O Orixá Maior é pura energia, não passou pelo processo de encarnação como seres humanos. Ele é pura energia cósmica, a força vital que tem origem em Olorum/Zambi e que faz com que a mecânica do universo oscile entre o caos e a ordem gerando vida. Eles são chamados apenas pelo primeiro nome, Ogum, Xangô, Oxum, Omulu... O Orixá Maior é uno e onipresente. é aquela entidade celeste que faz com que a natureza tenha movimento, se transforme e gere vida. Os orixás maiores são os responsáveis diretos, que encarregados Olorum/Zambi faz com que as menores partículas atômicas tenha energia e faz fluir a vida cósmica no universo. É a essência da vida. Por exemplo, Iemanjá é responsável pelo formação e manutenção da vida marinha, Xangô é o responsável pelo energia do trovão que desencadeia as tempestades que limpam a atmosfera, Nanã faz com que a chuva que cai na terra gere nova vida orgânica, Inhansã é a responsável pela limpeza do ar atmosférico e com seus ventos espalha a vida como pólens, Exú é o Orixá responsável pelo desejo sexual que gera vida nas espécies sexuadas. O Orixá Maior é pura energia, não passou pelo processo de encarnação como seres humanos. Ele é pura energia cósmica, a força vital que tem origem em Olorum/Zambi e que faz com que a mecânica do universo oscile entre o caos e a ordem gerando vida. Eles são chamados apenas pelo primeiro nome, Ogum, Xangô, Oxum, Omulu... O Orixá Maior é uno e onipresente.
Orixás Menores são aquelas entidades espirituais que fazem a mediação entre o ser humano e o Orixá Maior. Os orixás menores são, conforme as diversas lendas, espíritos de antigos reis e heróis africanos, índios, orientais, etc. Em essência, os orixás menores podem ser qualquer ser humano. Por exemplo, as lendas de Xangô e Ogum. Esses seres humanos comuns, por terem sido abençoados com poderes sobrenaturais concedidos pelos Orixás Maiores, tornaram seres humanos especiais dotados de superpoderes físicos ou mentais para proteger seu povo, e após a sua morte voltam a ter contato com os seres humanos comuns na forma de orixás menores. Essas pessoas receberam poderes diretamente do Orixá Maior, e tornaram-se semideuses aqui na Terra, como por exemplo o Hércules da mitologia grega. O Orixá Maior recebe sua energia cósmica diretamente da fonte, Olorum/Zambi. O orixá menor possui o mesmo nome do Orixá Maior de onde provem seus poderes, acompanhado de um sobrenome. Por exemplo, Ogum Beira-Mar, Inhalosin, Iemanjá Obáomi, Xangô Kaô...A este segundo nome chamamos de dijina ou sunam do Orixá. Assim podemos ter vários oguns, Xangôs, oxóssis, iemanjás... Da mesma forma seriam os Pretos-Velhos, cujo nome pode não exprimir a verdadeira entidade espiritual, pois o fato de entidade se manifestar como preto-velho não que dizer que ela necessariamente tenha que ter sido negro e escravo e o caboclo tenha que ser obrigatoriamente o espírito de um índio brasileiro. Os orixás menores, passaram pelo processo da reencarnação mas são espíritos dotados de poderes sobrenaturais concedidos pelo Orixá Maior e que por isso possuem uma grande luz e compreensão espiritual e tem seu poder ampliado agora que não mais carrega o fardo do corpo físico, por isso não necessitando mais passar pelo processo da reencarnação para evoluir.. É isto que diferencia os eguns (espírito de morto que possui compreensão ou luz espiritual mas ainda poderá passar, se necessário, por outras reencarnações por ainda estar ligado ao mundo material) e kiumbas (espírito de morto que ainda não alcançou a luz espiritual, as nem compreende que ele já vive em outra dimensão e que seu corpo carnal não mais existe). É isso que diferencia o Orixá Menor dos demais seres espirituais que ainda não foram tocados pela energia do Orixá Maior. A energia concedida ao orixá menor também provem de Zambi/Olorum; entretanto, ela é canalizada a ele através do Orixá Maior, que é o elo de ligação entre eles, da mesma forma que o orixá menor é o elo de ligação entre o ser humano e o Orixá Maior. Dessa forma o Orixá Maior pode ser comparado grosseiramente a uma válvula que regula o fluxo de energia entre Zambi /Olurum e o orixá menor, podendo dessa forma reduzir, aumentar ou até mesmo retirar os poderes do orixá menor. No Omoloko, crê-se que são esses espíritos, os orixás menores que se manifestam nos omo-orixás (médiuns). E somente em momentos muitíssimos especiais é que o filho de santo poderá realmente ser tocado de forma muito rápida e superficial pelo Orixá Maior. O culto do orixá menor está ligado ao antigo culto dos antepassados e que nos foi legado pela cultura Banto; enquanto o culto ao Orixá Maior está ligado ao culto das forças da natureza e nos foi legado pelos iorubanos e gêges. É importante frisar que na própria África esses dois cultos se mesclam e se completam; da mesma forma que eles se completam aqui no Brasil.
A HIERARQUIA SACERDOTAL
NO CULTO OMOLOKO
A hierarquia sacerdotal da Nação Omoloko segue a mesma estrutura dos grupos Yorubá:
Þ Babalorixá ou Yálorixá: sacerdote ou sacerdotisa, mais conhecidos como pai de santo ou mãe de santo, é a autoridade máxima no culto ao orixá;
Þ Yákekerê e Babákekerê: filho de santo com obrigação de “Sete Linhas”.
Þ Dagã: a pessoa que tem mais tempo de iniciação dentro do terreiro;
Þ Ogã Nilú e Ogã Calofé: tocador de atabaque. Pessoa que dá início à maioria dos cânticos aos orixás nas giras (atualmente esses dois cargos tem sido ocupado por uma mesma pessoa);
Þ Axogun: pessoa que, nas obrigações, sacrifica os animais;
Þ Yábassé ou Yábá: cozinheira das comidas sagradas dos orixás;
Þ Combono: pessoa que nas giras atende aos Orixás;
Þ Exi-de-Orixá: filho de santo em geral;
Uma peculiaridade do culto Omoloko é que nele não existe o grau de “Mãe ou Pai Pequeno", como há em outros cultos afro-brasileiro. Para um iniciado tornar-se Babálorixá ou Yálorixá ele precisa ser iniciado nas sete obrigações que compõem a hierarquia sacerdotal, abrir seu próprio terreiro e ter seus próprios filhos de santo. Esse direito é adquirido quando o filho de santo faz a última obrigação que é chamada de “Camarinha”, na qual o filho de santo é iniciado e ao seu término recebe o direito de “criar” (iniciar) outros filhos de santo. Se esse filho de santo continuar no terreiro onde ele foi feito ele será chamado de Babákekerê ou Yákekerê – aquele que pode iniciar outros filhos de santo mas não possui ainda o seu próprio terreiro -. Ele ainda não recebeu o Deká. Entretanto, se ele for abrir o seu próprio terreiro para iniciar seus próprios filhos de santo, então ele receberá de seu Babálorixá ou Yálorixá o Deká e passará a ser chamado de Babálorixá ou Yálorixá pelas demais pessoas. Portanto, na Nação Omoloko o título de “Mãe Pequena ou Pai Pequeno; Mãe Grande ou Pai Grande” não existe, pois ele está condicionado ao pai de santo/mãe de santo ao abrir o seu próprio terreiro e ter os seus próprios filhos de santo. Na hierarquia da nação Omoloko o grau de Babákekerê ou Yákekerê está logo abaixo do de Babálorixá/Yálorixá, entretanto ele não pode ser comparado ao grau de “Pai/Mãe Pequeno(a) que há em outros rituais, pois na Nação Omoloko não existe uma obrigação específica para estes cargos como há no Ritual de Umbanda e Almas de Angola, por exemplo.
bonjour y a t il un endroit, ou une adresse, une personne avec qui je peux me mettre en relation... je voudrais connaitre mieux le OMOLOKO
ResponderExcluirbonjour y a t il un endroit, ou une adresse, une personne avec qui je peux me mettre en relation... je voudrais connaitre mieux le OMOLOKO
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